terça-feira, 16 de setembro de 2008

PARADOXO


Sei que não te amo,
mas é incrível
como, em ti, muita coisa me incomoda;
a tua ausência,
esse teu ar de desapego,
esse teu modo contrafeito
de desejar
e, ao mesmo tempo,
de não querer

Sei que não te amo,
mas em certos momentos,
quando pareces não perceber
que estou aberta,
pronta para me entregar
às tuas loucuras,
em doces carícias,
sinto-me perdida,
pois, és o fio que me liga
à vida,
e ,sem ti,
não dá para prosseguir

Sei que não te amo,
e oxalá, jamais eu me apaixone por ti,
pois não quero,
não posso,
não devo
................................................................

Teu amor seria o meu fim.



Regina Azenha
Do Livro Mulher:Amor e Poesia de 1986

Um comentário:

SONIA disse...

Belo!!!
Amor que não se deve...!!!
Parabéns!
Bjsss...mill