terça-feira, 16 de setembro de 2008

AUSÊNCIA


Ando pelo lugar onde costumas ficar,
vejo a mesa vazia...
e uma tristeza imensa,
uma saudade incontida
começa a chegar

A mesma mesa...
o mesmo lugar
onde nos conhecemos,
onde brincamos,
e, por ironia talvez
depois de tantos papos informais,
aqui estamos nós,
brincando com o destino,
nos conhecendo demais...

A mesma mesa...
o mesmo lugar...
meus passos já desordenados,
aquela ânsia de te ver, de te encontrar...
penso que logo virás,
me engano!...
será mais uma longa espera,
até que chegue um dia
em que vais voltar.

Regina Azenha
Do Livro Mulher;Amor e Poesia 1986

GOSTARIA


Gostaria de saber
porque a tua lembrança me inspira,
traz à tona todas as recordações
dos instantes roubados,
quando eu e tu somos nós...

Gostaria de entender
todos os mistérios,
decifrar todas as linhas
que nos uniram num mesmo caminho.

Gostaria de compreender o que sinto,
o que sentes por mim, também,
dizemos não ser amor,
mas, é sentimento forte,
pois quando estou ausente de ti,
e tu estás distante de mim,
uma profunda tristeza nos invade,
uma tristeza profunda
nos traz a dor...


Regina Azenha
Do Livro Mulher:Amor e Poesia 1986

PARADOXO


Sei que não te amo,
mas é incrível
como, em ti, muita coisa me incomoda;
a tua ausência,
esse teu ar de desapego,
esse teu modo contrafeito
de desejar
e, ao mesmo tempo,
de não querer

Sei que não te amo,
mas em certos momentos,
quando pareces não perceber
que estou aberta,
pronta para me entregar
às tuas loucuras,
em doces carícias,
sinto-me perdida,
pois, és o fio que me liga
à vida,
e ,sem ti,
não dá para prosseguir

Sei que não te amo,
e oxalá, jamais eu me apaixone por ti,
pois não quero,
não posso,
não devo
................................................................

Teu amor seria o meu fim.



Regina Azenha
Do Livro Mulher:Amor e Poesia de 1986