quarta-feira, 13 de agosto de 2008

PROCUREI...ENCONTREI...


Procurei teu rosto
por entre a multidão...
a cada instante
meu coração batia mais descompassadamente
(pois acreditava que não tardarias a chegar)

As pessoas circulavam
num ritmo acelerado e de festa...
e eu, em vão te procurava
no meio dessa gente
(mesmo assim acreditava que virias)

Assim foram se passando
os minutos, as horas,
(e como se tornam longas
as horas que não te vejo...)

Continuei nesta busca incessante...

Procurei teu rosto
entre a multidão,
e para meu espanto,
não chegaste...
e eu, sozinha,
fui te encontrar
repousando em sonhos,
no meu pensamento!

REGINA AZENHA
Do Livro Fragmentos & Mutações-1997

DEIXAREI ...


Deixarei fluir mansamente
os versos que germinam
em meu coração,
pois eles dizem da tua voz,
terna e quente,
que se faz,prá mim,
uma doce canção

Deixarei a imaginação
criar asas e se libertar,
para poder,através da Poesia,
falar da sonoridade existente
em tuas palavras, e
da meiguice que espalha no ar

Deixarei que o sentimento aflore
e que seja eterno, meu amigo,
assim, como o céu e o mar
que se unem no horizonte
e cruzam, juntos, o infinito.

Regina Azenha
(Direitos autorais reservados)

domingo, 10 de agosto de 2008

VIAGEM


´Terás em mim
a poetisa...a pessoa...a mulher!...
Quando?
-Sempre que quiseres!

Deixo-me entregar
a esta sensação de felicidade;
deixo-me ser frágil
diante da tua sedução...
quero ser levada pelo teu mar
de águas revoltas e de calmaria,
para embarcar neste veleiro de ilusão...

Basta que me queiras
(e eu te quero sempre...)
e que me acenes com as mãos
e partirei contigo
nesta viagem de sonhos
que faz de ti, minha embarcação ...

por Regina Azenha
(direitos autorais reservados)

MUTAÇÕES


De repente me (re)encontro...
fico de bem com a vida,
com o meu interior.

Tentei e acho mesmo, que consegui,
juntar os fragmentos do meu coração
e transformá-lo em algo real, concreto...

O horizonte que vislumbro à minha frente
é de luz... de vibrações positivas...
é uma janela que se abre
e me leva a acreditar que a felicidade
existe...

Numa época,
onde a maioria dos Homens
age de forma egocêntrica,
pensando em seu próprio bem
(... ou mal, eu não sei)
esquecendo-se dos seus semelhantes,
onde a sensibilidade
vai se tornando algo tão irreal
e distante

conheço um anjo;
um ser de pureza
que ultrapassa os limites
do mundo físico,
atingindo à esfera
da espiritualidade...
uma pessoa amiga,
a quem dedico
as mutações maiores
desta minha existência...

por Regina Azenha
do Livro Fragmentos & Mutações-1997

QUERIA


Queria
que soubesses
o quanto te amo,
o quanto te quero,
e o muito que estou sofrendo;
mas, também,
o quanto não me arrependo
de te amar,
tanto e tanto...

Regina Azenha
do livro Fragmentos & Mutações-1997

sábado, 9 de agosto de 2008

O QUE NÃO SE PODE EXPLICAR


Se eu pudesse definir
a extensão de um sentimento
como este, que nutro por ti,
mescla de amor,carinho,
amizade e contentamento,
tudo que existe no mundo
seria pouco,para explicar,
mesmo que num só tempo,
num só espaço
eu conseguisse reunir,
a terra,

o céu

e o mar.

Regina Azenha
(Direitos autorais reservados)

ILUSÕES


Vivo das recordações
(agora que não tenho você a meu lado)
das horas que, com você, vivi,
dos instantes que juntos curtimos,
quando tudo era sonho sem fim...

O que ameniza a dor desta solidão
é poder reavivar sua imagem no pensamento,
como se fosse rotina habitual,
pois,só assim, tenho você prá mim,
a qualquer momento...

Viver somente das recordações,
das ilusões que a seu lado cultivei?
-Tomara Deus, nunca me arrependa
de tanto pecar,porque amei...

Regina Azenha
do Livro Fragmentos & Mutações-1997

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

UM ANJO


...E, num instante fez-se um facho de luz,
brilhante, em contraste com o céu azul...
e eu parei; me espantando com seu jeito,
era mescla de homem e menino

Este ser, ou sei lá o quê,
me faz perguntas, me escuta,
nada responde, mas o seu olhar
me diz muito, quase tudo

Posse sentir, nele, um amigo,
algo como um porto, onde posso ancorar...
dos meus olhos, as lágrimas rolam,
pouco a pouco, mas, quase incontidas...

é quando percebo,
que, a um anjo eu estou a amar!...

Regina Azenha
do livro Mulher: Amor e Poesia- 1986

terça-feira, 5 de agosto de 2008

PENSAMENTO


Sensível é aquele que permite a lágrima , o direito
de correr livremente pela face, sem a necessidade
de escondê-la.

REGINA AZENHA
do livro Mulher:Amor e Poesia-1986

PODER...SENTIR...TER...


Poder contemplar o teu perfil;
ver os fios dos teus cabelos em desalinho
é vibrar com a sensação de paz que me invade,
é serenidade que se transpõe ao meu caminho...

Sentir tua presença, ao meu lado,
é tônico que fortifica a matéria,
bálsamo que ameniza a dor d`alma ,
é "vida" e vontade de viver!...

Ter a certeza deste amor que me anima,
que me faz crer que tudo de belo predomina,
é conhecer a felicidade plena,
que este imenso sentimento descortina.

REGINA AZENHA
Do Livro Fragmentos & Mutações-1997

HORA ÍNTIMA

Tantos momentos se perdem na vida,
na euforia de tudo se conquistar,
somos assim, vivemos de investidas,
não sabemos nunca aonde chegar.

Somos caminhos e descaminhos,
amor e desamor,
acreditamos levar tudo de vencida,
mas,poderemos sucumbir à própria dor.

Tanto orgulho só nos faz perder tempo,
deixamos de viver instantes de felicidade,
queremos ser muito, e nada somos,
tudo por amor-próprio e vaidade.

Mas haverá de chegar um momento,único,
onde haveremos de nos deparar com a verdade,
e nesta hora íntima,da morte, que fatalidade,
descobriremos que nada vivemos...
que nada aprendemos...
eis a nossa realidade!

Regina Azenha
Do Livro Fragmentos & Mutações-1997

MEU CORAÇÃO


Quantas vezes fico a me questionar
porque me foi dado um coração
que tanto insiste em sonhar
e até chega a acreditar no Amor.

Meu coração insiste (... e persiste)
em ser romântico
sofredor de causas perdidas,
pois cada paixão que abriga
acaba por fazê-lo padecer...

Ah! meu coração... frágil coração!...
continuas a bater num peito,
que nem sei se é teu, por direito,
pois o amor que pensavas
ter vindo prá ficar,
será ,apenas, mais uma ilusão
que te fará, novamente sangrar.

Regina Azenha
Do Livro Fragmentos & Mutações-1997

sábado, 12 de julho de 2008

UM PEQUENO MOMENTO ETERNO


Como é bom te ver sorrindo,
me fazendo sorrir também;
brincando como crianças,
levando a vida, como se fosse
uma eterna ciranda.

Como é bom podermos partilhar,
momentos pequenos,
que se tornam grandes, demais...

Como é bom, mesmo com tantos contratempos,
sentir que, ainda nos sobra tempo,
de curtirmos o pouco que nos é dado,
pela certeza de amar.

Regina Azenha

Do livro Fragmentos & Mutações -1997

TUA VOZ II


Tua voz é cristalina
como a água que corre na fonte,
é refrescante como a brisa,
é céu e mar cruzando o horizonte

Tua voz é primavera em pleno outono,
é verão quando em mim, está inverno;
é alegria que chega quando estou triste,
é nostalgia no longo espaço em que te espero...

Tua voz é saudade cativa
que teima sempre em chegar,
é a lembrança mais viva
que em meu pensamento insiste habitar...

Tua voz é sinfonia constante
que vibra em meu coração,
tua voz é mais que "vida"...
é a certeza de sentir pulsar no peito
a mais pura e terna emoção.

Regina Azenha
Do Livro Fragmentos & Mutações- 1997

TUA VOZ


Tua voz é terna, como o cantar dos pássaros,
é luz onde existir escuridão,
é brisa que acalenta,
é felicidade que faz pulsar um coração...

Tua voz é doce como o mel,
é melodia que ecoa pelo ar,
é transparente como o azul do céu,
é esperar que me faz sonhar...

Tua voz tem a maciez do veludo,
é beleza rara que surge sem se esperar...
tua voz é um bálsamo para tudo,
tua voz... é sinônimo de paz!...

Regina Azenha
Do livro Fragmentos & Mutações- 1997

DEIXA...


Deixa que eu te ame assim,
um amor calmo e amiúde,
que nada exige,
que nada espera...

Deixa que eu te queira sempre,
um querer sem possessividade,
um querer que só faz bem,
mesmo quando se vive na saudade...

Deixa que eu cultue no pensamento
um pensar...assim tão docemente;
um pensar, que sem forçar a mente
seja, como de que é capaz quem ama realmente...

Deixa...

Deixa que eu siga assim,
te amando à distância,
te querendo numa constante,
te aceitando como és...

Regina Azenha
Do livro Fragmentos & Mutações - 1997

IMPORTA


O que importa é que fique disso tudo,
a lembrança de um amor incontido,
tão sublime a cada instante,
como se fosse eterno, infinito...

O que importa é que um dia,
fomos um pelo outro,
na alegria e na adversidade,
que fomos "nós", por pouco tempo,
mas que vivemos o Amor
em toda sua intensidade...

O que importa mesmo, em verdade,
é que descobrimos "vida",
onde nem luz existia,
e que brotou bem dentro de nós,
um grito de liberdade,
surgido de uma voz
sufocada e rouca,
a nossa própria voz...

Regina Azenha

Do Livro Fragmentos & Mutações- 1997

LIMITES INÚTEIS


Não poder gritar ao mundo,
um amor que de tão perfeito,
é proibido,
é ter que calar o coração,
coração sufocado e ferido

Não poder assumir a realidade,
viver fingindo, se escondendo,
é ter que disfarçar o sentimento,
e fazer com que a felicidade
se torne um sofrimento.

Não poder seguir livremente,
tendo sempre que ocultar
nossas identidades,
é "sobreviver" num espaço limitado,
como se amar, fosse pecado...

Regina Azenha

Do livro Fragmentos & Mutações- 1997

ONDE ESTÁS QUANDO TE PRECISO?


Nas horas em que preciso de um amigo,
para me ouvir e aconselhar,
é aí que me dou conta,
a solidão não tem par.

Nos momentos em que preciso de ti,
para me livrar do abismo,
defronto-me com a realidade,
és tu mesmo, o meu precipício.

Nos instantes em que imploro tua presença,
seja espiritual, ou física,
é que descubro como tua indiferença
me consome,
pois não encontro
nem o amigo, nem o homem...

Regina Azenha
Do livro Fragmentos & Mutações -dez.1997

SOLIDÃO


Estou só...
pela janela, vejo a noite que chega...
este negrume que assusta...
uma a uma, as estrelas começam
a cintilar...
este brilho com certeza é o reflexo
das lágrimas que dos meus olhos
mansamente começam a rolar...

Estou só...
nem mesmo o luar,
com a sua luminosidade radiante,
me faz sentir serena...
Amedronto-me,
pois as horas passam,
e eu, numa espera angustiante,
aguardando que um novo dia amanheça...

REGINA AZENHA
Do livro Fragmentos & Mutações -1997